13/10/2018
O Google Earth mapeia a Amazônia
Mapa interativo permite monitorar áreas desmatadas, demarcações indígenas e conhecer melhor a região
O Google lançou nesta terça-feira uma plataforma com mapas interativos da Floresta Amazônica. A nova ferramenta permite monitorar áreas desmatadas e conhecer melhor as 580 terras indígenas demarcadas no Brasil. Baseada no Google Earth – ferramenta de mapas e imagens de satélite do Google –, a plataforma Eu sou Amazônia traz, além dos mapas, um conteúdo interativo com 11 vídeos com as histórias dos moradores da floresta, de indígenas a quilombolas.
O embrião desta plataforma surgiu em 2007, quando o cacique Almir Suruí, da tribo Suruí, abriu o Google Earth em um café num centro urbano. Ali ele se questionou por que não havia informações sobre a Amazônia. No ano seguinte, Almir Surui foi até o Vale do Silício, na Califórnia, e bateu à porta do Google propondo uma parceria para combater o desmatamento e mapear o estoque de carbono em suas terras. De lá para cá, a companhia foi desenvolvendo a tecnologia necessária para mapear todas as áreas indígenas da Amazônia. “Para mim, tecnologia serve para isso: transformar o sonho em realidade”, disse Almir durante o lançamento. “A floresta não é só dos povos indígenas. É patrimônio de todo povo brasileiro e do mundo”.
As informações foram levantadas e reunidas pelo Instituto Socioambiental (ISA), que produziu um verdadeiro atlas das terras indígenas brasileiras. Dos 11 vídeos, nove foram feitos pelo diretor Fernando Meirelles (Cidade de Deus), e dois tiveram produção feita pelo ISA. Os recursos da plataforma permitem que o usuário suba a trilha do Yaripo, no Pico da Neblina, com os Yanomami ou caminhe pelo parque indígena do Xingu, por exemplo. Também é possível observar a evolução do desmatamento da floresta amazônica a cada dez anos, a contar a partir de 1984.
A plataforma também aborda os municípios da região que estão na lista do Governo como aqueles que devem controlar o desmatamento ilegal da floresta. É possível conhecer melhor a cidade de Paragominas, no Pará, que está mudando a sua geografia desde que adotou um pacto para o controle do desmatamento. O município chegou a ocupar o primeiro lugar na lista negra de desmatamento feita pelo Ministério do Meio Ambiente, posição que trouxe diversas sanções econômicas. Hoje, a cidade trabalha para se tornar a primeira cidade verde da região.
Um dos projetos de Paragominas é a chamada pecuária verde, que prevê aumentar a produtividade dos rebanhos, recuperando, ao mesmo tempo, as matas nativas. A plataforma apresenta os pontos onde a pecuária verde está sendo implantada e compara, no mapa, com a área destinada à pecuária extensiva. Isso porque se estima que 60% da área destruída da Floresta Amazônica foi transformada em pastos. Algo equivalente ao território da Espanha. “Não seria exagero dizer que o desmatamento pode estar no seu prato”, diz o texto ao lado do mapa.
Os vídeos ajudam a ilustrar em imagens o que o mapa tenta mostrar na geografia. São histórias como as dos povos Temembé e Paiter Suruí, que usam tecnologias de monitoramento para proteger seus territórios da exploração ilegal e dos desmatamento. Também é possível conhecer a luta das mulheres Yawanawá, que restauraram seu legado cultural por meio do empoderamento feminino, conquistando um espaço na indústria global de cosméticos. Ou aprender sobre a cadeia de produção de alimentos originais da Amazônia, como a castanha-do-pará e o açaí
15/10/2018
Jovem de Limeira cria sistema que explica relevos em 3D nas escolas
Simulador foi aberto para visitação gratuita no Centro de Ciências da cidade.Projeto vai ajudar na compreensão da geografia e é o terceiro no Brasil.
Um aluno da Escola Municipal Padre Maurício Sebastião Ferreira, em Limeira (SP), criou um projeto de relevos em 3D, que simula topografias em tempo real, e poderá auxiliar instituições em aulas de geografia. Matheus Evangelista desenvolveu um sistema durante uma feira de ciências da unidade. A criação está exposta para visitação gratuita no Centro Professor Osvaldo Roberto Leite.
O controle do sistema é feito pela interação das mãos com a areia. O visitante é convidado a formar desde montanhas até bacias. A areia fica verde quando tudo está plano e conforme a pessoa vai fazendo um monte de areia, os relevos vão aparecendo até chegar ao ponto máximo, que é quando a areia é solta e tudo fica branco, demonstrando as geleiras.
A caixa com relevo interativo de um metro também demonstra os rios e as chuvas. Quando um buraco é feito na areia, a cor muda para o azul e conforme a pessoa for cavando, vai formando o caminho da água no leito.
Cada camada serve para uma explicação e as cores representam diferentes altitudes como um mapa topográfico, sendo cores quentes (maior altitude) e cores frias (menor altitude). Toda a mudança de cores é feita por um software programado para cada movimento das mãos com a areia e permite uma explicação mais nítida.
De acordo com a Prefeitura, existem apenas três projetos como esse no país e o original foi criado na Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos. O trabalho foi feito em uma feira de ciências da Escola Municipal Padre Maurício Sebastião Ferreira, primeira instituição pública a desenvolver o sistema.“Os alunos conseguem entender melhor a geografia, que antes só era explicada pelos livros”, disse Evangelista.
O projeto é aberto para a visitação e será usado principalmente para a educação, pois estudantes irão aprender de forma interativa os relevos e a topografia. Todos os alunos da rede pública e particular de Limeira poderão visitar o sistema, que ficará no Centro de Ciências durante todo o ano. O local fica na rua Doutor José Botelho Veloso, no bairro Parque Cidade.